A presença espanhola também era visível. Esta é a mota de Juan Carlos (cei.be) que tinha chegado na véspera vindo de Ponferrada.
A Estalagem de Penedono, de linhas simples e direitas, é simpática e agradável.
Claro que a presença das Africa Twin dá-lhe um certo ar distinto...!
Penedono, antigamente Pena do Dono, é uma das mais belas vilas de Portugal.
Penedono mantêm inalterado o perfil medieval do seu centro histórico.
O altivo pelourinho de gaiola, junto ao seu airoso e esbelto castelo pentagonal ou hexagonal inacabado.
O escudo das armas dos Coutinhos, as cinquo estrelas sanguinhas / em campo dourado pintadas está espalhado por toda a vila.Penedono é palco anualmente de uma famosa feira medieval que atrai à vila inúmeros visitantes.
Depois dos cumprimentos habituais, tomámos um café antes do passeio.
Aí vamos nós...!
Passámos em Penela da Beira, Paredes da Beira e Castanheiro do Sul...
À entrada da quinta, o Moutinho esperava por nós e juntou-se ao grupo.
A quinta, hoje em dia propriedade da Sogrape, tem no seu seio um projecto de enoturismo de grande valor, com méritos reconhecidos e premiados.
Foto das AT's (e outra...) na área de recepção ao visitante...
Este projecto de enoturismo da Quinta do Seixo promove visitas guiadas e provas de vinhos que procuram dar a conhecer todo o processo de produção do Vinho do Porto Sandeman.
A Quinta do Seixo foi também premiada enquanto projecto turístico para a promoção da região do Douro e consequentemente do Vinho do Porto.
Como seria de esperar, está tudo extremamente arranjado e cuidado.
A tecnologia também estava presente e assistimos a várias apresentações multimédia...
O nosso cicerone e guia trajava-se a rigor...!
E desempenhou o seu papel com toda a dedicação...
Que bem que fica o rapazito junto daquele marco pombalino de 1768!
E quem não gostasse do tinto, tinha o branco... eu bebi os dois...!
Havia quem quisesse almoçar já ali...
Calma Juan Carlos que tenemos muchos kms por hacer...
De facto a paisagem é lindíssima...!
E mesmo este edifício moderno mantêm algo do aspecto e da construção tradicional em xisto!
Foto do grupo no terraço do local de provas. Nota-se a boa disposição...!
Passámos na Aldeia de Sendim...
A ponte cruza o rio Távora...
O mestre Herminio liderava a comitiva, com a sua top-case branca era inconfundível!
Eu por mim, só vi cágados...!
Passámos depois na Barragem do Vilar.
Onde pisámos terra pela primeira vez neste passeio!
Neste miradouro na Serra da Lapa, as vistas são impressionantes...!
O Herminio dá uma aula de geografia...!
Juan Carlos hace el tonto... !
As nuvens ameaçavam de vez em quando mas não passou disso...
E assim chegou a hora do almoço na Lapa, no restaurante "Casa das Trutas"!
Comeu-se um pouco de tudo, galo, cozido, costeletas...mas trutas, nem ve-las...!
Tudo bem servido e bem acompanhado com vinhaça local!
As meninas descansavam cá fora junto ao pelourinho do século XVIII !
Claro que não podia faltar o cafézito...!
Na entrada do restaurante estavam pendurados uns apetrechos engraçados...!
Hove quem sugerisse que deveriamos prender os espanhois na Casa da Cadeia...
Mas depressa se abandonou a ideia pois não queriamos perder tão boa companhia...!
O largo no Santuário da Nª.Srª da Lapa é amplo e arejado...!
Aqui a capela do santuário. Este santuário é um dos mais antigos em Portugal.
A capela de Nª.Srª da Lapa foi construida no século XVII pelos jesuitas, mas o culto é muito anterior.
Conta o povo que aquando das investidas dos mouros, a população cristã escondeu uma imagem da Virgem numa gruta ou "lapa".
Foi em cima dessa mesma rocha que foi construida a presente capela!
Há também uma lenda antiga que reza que uma menina pastora, muda, encontrou uma imagem ou boneca nos montes e a levou para casa.
Como a mãe achou que a menina estava demasiado afeiçoada à imagem, atirou-a para a lareira.
A menina, aflita, falou pela 1ª vez pedindo à mãe que não queimasse a imagem pois não se fazia isso à Nossa Senhora.
Outra lenda muito famosa no local tem a ver com esta passagem na rocha...
Afirma a lenda que só consegue passar ali quem não cometeu pecados graves, seja ele gordo ou magro!
Pormenor da construção da capela sobre a rocha.
Continuámos depois o nosso passeio por Aguiar da Beira e Trancoso.
Trancoso, terra de Bandarra, o sapateiro-poeta, já é uma cidade com algum movimento.
Apesar disso, mantêm inalterado o seu ar medieval com as suas vielas e ruas estreitas!
Passámos depois na Barragem do Terrenho.
E estamos tão a gosto em cima delas que alguns nem desmontam...!
Há quem não goste da cor da AT do Juan Carlos, mas...ao longe...nem fica mal...!
Já depois em Penedono fomos visitar o castelo, também conhecido como o Castelo do Magriço.
O castelo ergue-se a 930 m. de altitude, em plena serra de Serigo.
Do seu alto, domina-se um vasto território, apenas limitado, ao longe, pelos mais elevados relevos das Beiras e Além - Douro e terras castelhanas do antigo reino Leão.
De planta hexagonal irregular, com o perímetro de uns escassos setenta metros , foi edificado no século XIV, por D. Vasco Fernandes Coutinho, senhor do Couto de Leomil e vassalo de el-rei D.Fernando.
Os acessos fazem-nos pensar se não existiam pessoas "fortes" naquele tempo...
E sem vertigens nem medos das alturas...
O castelo, em toda a sua estrutura, está muito bem conservado!
E apesar de pequeno, tem uma beleza impar...!
Vista desde o castelo das nossas africanas e da Pousada de Penedono.
A característica medieval da Vila de Penedono é bem visível desde o alto do castelo com o seu amontoado de casas e ruelas estreitas.
O pelourinho lá em baixo, em lugar de destaque, em frente ao castelo.
E claro, não há castelo sem cisterna...!
Foto do grupo no castelo. Mesmo depois de um dia inteiro a andar de mota, a boa disposição mantinha-se!
Esta mota ainda estava mais limpa do que quando chegou. Aquela protecção de carter brilhava tanto que até encadeava...!
Depois do pequeno almoço tomado, arrancámos em direcção a Muxagata. Passámos primeiro em Mêda e Longroiva.
No Centro de Recepção do PAVC foi-nos feito o "briefing" para o passeio no parque!
E então sim, fizemos o tão esperado percurso em terra dentro do PAVC.
O caminho levou-nos até ao Farizeu, o local das gravuras.
Toda esta zona, faz parte de um micro-clima muito especial!
O Parque Arqueológico do Vale do Côa constitui o mais importante sítio de arte rupestre paleolítica ao ar livre conhecido, tendo sido classificado como Património Mundial em 1998.
Em baixo fica o Rio Côa. A arte rupestre estende-se ao longo dos últimos 17 quilómetros do curso rio.
Estou a ver bem ou o gajo da DT50 chegou primeiro que a AT ???
O nosso guia era um verdadeiro poliglota: ele era portugês, ele era espanhol, ele era inglês...!
A última parte do percurso até às gravuras foi feito a pé...
O nosso guia em acção! Para uma melhor visualização das gravuras na rocha, uma cópia em papél ajudava na identificação das mesmas.
E mesmo assim, umas veêm-se bem, mas outras não é tão fácil...
Os caçadores-artistas do Paleolítico Superior escolheram maioritáriamente painéis verticais de xisto para realizarem as suas gravuras, na sua grande maioria, animais.
Será que as nossas AT's vão durar tanto com as gravuras rupestres...
Continuámos depois, ainda em terra, até a um marco geodésico no cimo de um monte onde as vistas eram estas...
Uma Africa Twin fica bem em qualquer lugar, principalmente cheia de terra e pó...!
Juan Carlos e Manolo sentem o ar de Espanha bem lá ao longe...!
Estava na hora de regressar e rumar ao almoço em Freixo de Numão.
O almoço foi servido no ACDR de Freixo de Numão onde comemos um belo de um bacalhau com batatas a murro!
As africanas orgulhosas e satisfeitas com o sentimento do dever cumprido....!
Para terminar e como cereja no cimo do bolo, tivemos o prazer de assistir a um "workshop" sobre arqueologia experimental.
Um exemplo de como se talha a pedra...
Esta técnica, por exemplo, era usada no fabrico de machados...
Uma técnica semelhante foi usada para tirar lâminas de silex.
Esta lâmina que aparece no video, foi retirada da pedra, mesmo à nossa frente, e vejam como corta cabedal...
As hastes dos cervideos também eram muito usadas no fabrico de diversos objectos.
Todos estes objectos e materiais eram passados de mão em mão e observados atentamente...
Claro que o fabrico de armas era fundamental tanto para a caça como para a defesa.
Naquele tempo, o homo sapiens estava no meio da cadeia alimentar...!
E que dizer do fogo?
O fogo era usado tanto para cozinhar alimentos, como para defesa, como parte integrante do processo de fabrico de diversos objectos e materiais, etc...
Mas como não havia nem fósforos nem isqueiros, o método era outro
E para facilitar o processo, diversos materais eram usados, neste caso foi usado um cógumelo seco.
Muito mais difícil...
Muito, mas muito mais difícil...!
E assim terminou este magnífico fim de semana em terras de encantar.
Paisagens inesquéciveis, boa companhia, boas motas..., é claro que regressámos todos a casa com a alma e o coração a transbordar de satisfação, alegria e sobretudo de amor pela vida!