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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Viagem de Mota - Portugal-Grécia - Costa Adriática - Parte I

E eis que chega o grande dia…!

A nossa tão esperada viagem de mota, … loucura? …. talvez!!!



Dia 1

Coimbra – Madrid
534 km


Alvorada às 6:00h da manhã.

A Claudina levantou-se primeiro, tomou banho, mas… que estranho… a água continuava a correr…?

De repente fez-se luz…! Levantei-me e corri para a janela e … ESTAVA A CHOVER !

Eu nem queria acreditar…#$%&#$&%$ !

Depois de uma 6ª feira de sol e calor, chovia naquele sábado, 1 de Agosto. Não estava previsto.

Resolvemos esperar um pouco na esperança que a chuva passasse… mas como continuava, vestimos as calças de chuva e protegemos a “Catarina”.

Sim, porque convém dizer já que fiz a viagem toda com mais três “mulheres”…!

A Claudina, minha mulher, a Catarina do gps e a grande rainha africana, a nossa Africa Twin!

Com isto tudo partimos com 1 hora de atraso em relação ao previsto, mas às 8:00h, mesmo a chover, aí fomos nós a caminho de Madrid.


Estava uma manhã fria para a época e apanhámos chuva praticamente até à fronteira de Vilar Formoso.


Logo a partir desse 1º dia, o “grande problema” para a minha mulher, que era andar de mota à chuva, morreu.

Apesar de termos apanhado chuva durante a viagem noutros locais, nunca mais foi sequer uma questão, quanto mais um problema… afinal, chuva é só água!

Em Vilar Formoso tomámos o último cafézinho bem português e mal sabíamos nós que só voltaríamos a ouvir falar português quase 10 dias depois…

Pouco depois de entrarmos em Espanha a chuva diminuiu de intensidade e perto da cidade de Salamanca o Sol já brilhava no céu.

Chegámos à Madrid dentro da hora inicialmente prevista (a chuva não nos atrasou…) e estava um calor de morrer, para compensar o frio da manhã.


O parque de campismo escolhido para pernoitar foi uma decepção, o Camping de Osuna.

Mas como era só para passar a noite…lá montámos a tenda.

No entanto o camping tinha uma característica engraçada, esquilos passeavam-se alegremente por todo o parque…!

Curiosamente, durante toda a viagem, só houve dois sítios onde nos tentaram levar mais dinheiro do que a conta e um deles foi precisamente aqui. O outro foi na Macedónia…

Madrid, que já conhecíamos, é uma cidade verdadeiramente cosmopolita, bonita, colorida, cheia de vida e que a nós nos encanta.

Em vez da visita inicialmente programada ao Museu do Prado, passeámos pelo centro de Madrid e tomámos qualquer coisa fresca numa daquelas muitas esplanadas perto das “Puertas del Sol”.


Curiosamente, resolvemos jantar no mesmo Mac’Donalds onde há 17 anos atrás almoçamos na nossa lua-de-mel, numa escala que fizemos em Madrid, numa viagem para o Cairo…

Enquanto procurávamos o restaurante, guiados pela “Catarina”, começa a chover novamente.

Não sei se devido aos recentemente montados Michelin Anakee, à qualidade do alcatrão de Madrid ou à chuva de verão numas estradas e ruas sujas, mesmo com a mota carregada, em cada arranque a roda de trás patinava…



Dia 2

Madrid - Barcelona
625 km


Alvorada às 6:00h da manhã.

Com seiscentos e tal quilómetros para fazer, não podia haver grandes atrasos, já que tínhamos o ferry para apanhar.

As estradas entre Madrid e Barcelona são óptimas e o tempo esteve bom.

A paisagem é agradável, alternando entre a planície extremamente árida e a montanha. De tempos a tempos lá apareciam manchas verdes de campos cultivados.

A determinada altura, passámos por uma paisagem de desfiladeiros que mais parecia um cenário no oeste americano de um filme de “cowboys”…

Passámos também em Mont Blanc, cidade medieval do sec. XII.

Chegámos a Barcelona por volta das 15:30h.

Dirigimos-nos primeiro, ao porto de Barcelona, no terminal de ferrys levantámos os bilhetes, previamente comprados por internet e aproveitámos para confirmar pormenores do embarque.


Aí já encontrámos algumas motas prontas para embarcar para os mais diversos destinos.


Como tínhamos tempo, o embarque seria apenas depois das 18:30h, aproveitámos para passear e conhecer Barcelona.



Barcelona é uma cidade imponente. Os edifícios são, na sua grande maioria, bonitos e de grande qualidade arquitectónica.



Estava tanto calor que em cada semáforo que parávamos, o termóstato do ventilador da Africa Twin disparava!



Os monumentos sucediam-se…Arco do Triunfo, Catedral de Barcelona, Igreja da Sagrada Família, … etc.


Curiosamente, muitos dos monumentos que fomos encontrando por essa Europa fora, encontravam-se em obras ou em restauro.


As ruas, na zona histórica de Barcelona estavam apinhadas de gente, turistas e não só...



E como sempre, nestas circunstâncias, os artistas de rua mostravam o seu valor e talento...


Para encontrar a Igreja da Sagrada Família, a “Catarina” fez-nos percorrer “seca e meca” já que referências à dita cuja eram muitas no gps e primeiro que encontrássemos “the real one”….


Ficamos com pena de não entrar mas recuso-me a pagar para entrar numa igreja, principalmente numa igreja cristã num país católico…


Barcelona merece uma visita mais atenta e prolongada. No seu centro respira-se cultura, animação e alegria. Muita gente jovem nas ruas…!


Comemos qualquer coisa numa esplanada perto da catedral e, como estava perto da hora de embarque, regressámos ao porto de Barcelona.

Entretanto a Claudina ia-se especializando em tirar fotografias na mota em andamento, que muito útil foi durante toda a viagem.


No cais de embarque do ferry as motas eram muitas e de todos os tipos.


Ao fundo, o ferry onde iamos embarcar, o "Roma Cruise" da "Grimaldi Lines".


No momento de embarque, os bilhetes eram verificados cá fora. Mais nenhum documento nos foi pedido...

Como o ferry fazia escala em Porto Torres, também em Itália, já no barco era-nos indicado por onde ir, Civitavecchia à direita e Porto Torres à esquerda.


À conta disto, um casal espanhol, que simpaticamente me ofereceu um livro editado por eles com os mapas de Espanha, e que viajava numa Harley Davidson, ia saindo em Porto Torres quando o seu destino, tal como nós, era Civitavecchia...

Já no interior do ferry, mas motas eram depois fixadas ao barco pela tripulação.

Tudo o que necessitássemos tinha que ser retirado neste momento, já que o acesso às garagens não era permitido posteriormente.


Já no convés superior do barco, a vista sobre o porto de Barcelona era agradável e simpática.


Ao fundo, alguns modernos edifícios do complexo portuário


O barco, no geral, era simpático, com bares, restaurantes, piscina, casino, salão de jogos, internet, etc...


Quando largámos de Barcelona, já era de noite, pouco depois das 22:00h. Esperavam-nos 20 horas de viagem.

Dirigimos-nos aos nossos aposentos e dormiu-se na bela da poltrona...!




Dia 3

(Continuação Ferry Barcelona – Civitavecchia)
1.400 km


A manhã apareceu fresca e húmida.

Não percebi se choveu de noite ou se era apenas a humidade típica do mar.

Tomámos o pequeno-almoço junto à piscina.


Nessa altura verifiquei com o gps que a velocidade de cruzeiro do ferry era de, sensivelmente, 50km/h.

Estávamos em águas profundas. A sua cor azul escura dizia-nos isso mesmo...lindíssimo!

Entretanto o convés foi-se enchendo de gente...


Estávamos a chegar a Porto Torres, na Sardenha, onde o "Cruise Roma" fazia escala.


Pouco se viu de Porto Torres a não ser o seu porto.


O tempo entretanto começou a aquecer e a piscina começava a convidar...


Pouco a pouco a roupa foi desaparecendo...


E finalmente, banho com ele...!


Aproveitando as facilidades que o barco oferecia, conseguimos falar e ver via internet, messenger, os nossos filhos.

A emoção e a alegria foi muita dos dois lados e a Claudina não conseguiu evitar as lágrimas...

Regressámos à piscina e um grego com quem travámos amizade, junta-se a nós.

Fala-nos do seu país, dos seus usos e costumes e dá-nos indicações preciosas sobre a Grécia e países vizinhos.

Ele e a mulher fizeram precisamente o trajecto oposto ao nosso. Foram até Portugal, numa Ducati, e estão de regresso à Grécia.


O tempo vai passando e já se vê terra ao longe...

Começámos os preparativos para desembarcar.


Foi frequente em toda a viagem cruzarmo-nos com outros ferrys.


Atracámos em Civitavecchia por volta das 18:30h.

Pelo que conseguimos ver, Civitavecchia pouco mais é do que uma cidade portuária.


A azáfama na garagem onde estão as motas é grande.

Cada um prepara-se para o desembarque.


Eu já tinha saudades da minha "menina" mas lá estava ela, na Garagem 7, onde tudo estava em ordem e sem surpresas desagradáveis.

Soltei as cintas que a prendiam ao ferry, vestimos os casacos, luvas, capacetes, etc e esperámos a ordem de desembarque.

O ambiente estava humido e o chão molhado... sou avisado por um companheiro motard que tenha cuidado porque escorrega bastante...

Depois de ver uma ou outra mota em dificuldade, arranco em grande estilo, com malas e pendura, numa derrapagem e slide completo da roda traseira que ainda hoje não percebi como é que não fomos ao chão...!



Civitavecchia - Roma
75 km


A viagem até Roma, de pouco mais de 70km, foi breve e tranquila.

Ficámos no Camping Roma, na Via Aurélia, à entrada de Roma e foi, de longe, o melhor parque de campismo de toda viagem.

Tem tudo, bares, restaurantes, piscina, campos de jogos, etc.

Optámos por jantar mesmo num restaurante local, comida italiana, pizza e lasagna, como não podia deixar de ser! De facto para fazer pizzas não há como os italianos...

Com base num dos muitos folhetos turisticos que circulavam no camping, escolhemos o nosso itinerário para o dia seguinte, marcando no gps os pontos que mais nos interessavam.

"Castel S.Angel, Pallazzacio Ana Pacis, Piazza del Popollo, Muro Torto, 4 Fontane, Fontana di Trevi, Piazza di Spagna, Piazza Venezia, Colosseo, Circo Massimo, ..." etc, etc, etc...



Dia 4

Roma - Bari
467 km


Mais uma vez alvorada às 6:00h.

De acordo com o que estava planeado, dedicámos a manhã do dia 4 a Roma.

Arrumámos tudo rápidamente, as rotinas começavam a ser automáticas e cada coisa já sabia o seu sitio!

Ao nosso lado estava um casal de holandeses, que viaja de mota há mais de 20 anos...

Ao ver como arrumavamos tudo tão rápidamente, vem ter comigo e pergunta-me como é que faço...

Ele tem, ao lado da sua Harley, um monte de tralha inimaginável...e a mulher continuava a arrumar coisas...!

Pergunto-lhe como vai pôr tudo na mota e ele reponde-me que também não sabe...rimos-nos os dois à gargalhada...!

Nesse momento, ao ver a enorme tenda com que ele viajava, lembro-me do trabalho que tive para encontrar uma tenda pequena, para duas pessoas, que coubesse dentro da "topcase".

Quando preparei a viagem, o meu objectivo era que fosse tudo dentro das 3 malas e no saco de depósito, que, propositadamente, tinha que ser pequeno porque teria que servir de saco de mão quando parasse a mota para visitar qualquer monumento, museu, etc.

Não queria de modo algum era ter que levar tralha amarrada fora da mota...

Despeço-me dos holandeses convidando-os para visitar Portugal (como faço sempre) e aí fomos nós a caminho de Roma.

Roma é realmente uma cidade espectacular.

Começámos pelo Estado do Vaticano, Piazza e Basilica S.Pietro.


Novamente a Praça de S.Pedro com o seu obelisco egipcio.

Foi levado para o Vaticano por Calígula para decorar a "espinha" de seu novo Circo.

Posteriormente aí seria martirizado São Pedro, motivo pelo qual o obelisco foi mantido, por estar próximo do local de martírio do apóstolo.


O interior da Basilica de S.Pedro. Esta igreja é a maior da cristandade.

Entro na basilica airosamente mas a Claudina é barrada à entrada pois capacetes não entram...

Depois de ver o que queria, saio e fico a guardar os capacetes enquanto ela visita, a seu belo prazer, o interior ricamente decorado da basílica.


É o edifício com o interior mais proeminente do Vaticano, sendo a sua cúpula uma característica dominante do horizonte de Roma, adornada com 140 estátuas de santos, mártires e anjos.

Foi provado que debaixo do altar da basílica está enterrado São Pedro, um dos doze apóstolos e o primeiro Papa.


O acesso à basilica está todo delimitado por gradeamento onde incusivamente temos que passar por um detector de metais.

A Guarda Suíça do Vaticano foi formada em 1506, em atendimento a uma solicitação de protecção feita em 1503 pelo Papa Júlio II aos nobres suíços.


O Palácio Apostólico (Palazzo Apostolico), também conhecido como Palácio Papal, Palácio Sagrado ou Palácio do Vaticano, é a residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano.


Uma das muitas pontes sobre o rio Tibre em Roma.


O Castelo de S.Angelo

A sua primitiva estrutura foi iniciada em 139 pelo imperador Adriano como um mausoléu pessoal e familiar (Tumbas de Adriano), mas a sua designação actual remonta a 590.

Durante uma grande epidemia de peste que assolou Roma, o Papa Gregório I afirmou ter visto o Arcanjo São Miguel sobre o topo do castelo, que embainhava a sua espada, indicando o fim da epidemia.


Guiados pela "Catarina", as avenidas e praças sucedem-se, cada qual mais bonita.

Roma é realmente uma cidade monumento e a parte imperial magnífica e grandiosa.


Também em Roma havia diversos monumentos em restauro, neste caso o Palácio de Quirinal.

Conduzir em Roma é uma verdadeira odisseia. Estes romanos são loucos...

Há motas e motoretas por todo o lado e todos (incluindo carros, camiões e autocarros) passam de um lado para o outro sem o mínimo sinal.

Mas como em Roma sê romano, lá vamos nós, impondo o tamanho da AT, carregada com malas e pendura, tentando não ser entalados!


A Piazza del Popollo, também com o seu obelisco egipcio, é uma das praças mais populares de Roma.

A "Catarina" concentrada na sua missão de nos levar a cada um dos pontos programados, faz-nos passar por ruas e travessas com um trânsito infernal, em que a Claudina vai disparando a máquina fotográfica, quase sem parar.


Uma das fontes num dos cantos das 4 Fontane.

Neste cruzamento, no meio de um trânsito infernal, a "Catarina" fez-nos passar pelo menos 3 vezes.


La Fontana di Trevi, a fonte mais famosa de Roma.


Esta é a maior (cerca de 26 metros de altura e 20 metros de largura) e mais ambiciosa das fontes barrocas de Itália.

Tomámos o pequeno-almoço numa esplanada ali perto, já que eram quase 11:00 e tinhamo-nos esquecido de comer...


O Panteão de Agripa.


É o único edificio construído na época greco-romano que, actualmente, se encontra em perfeito estado de conservação.


Membros voluntários de organizações monárquicas italianas mantêm uma vigília contínua junto dos túmulos reais de Vitor Emanuel II e Humberto I no Panteão.

Junto ao túmulo de Vitor Emanuel II pode lêr-se: "Padre della Patria".

A Claudina assina o livro de honra a pedido do voluntário.


A Piazza Venezia, no sopé da colina do Capitólio, é o centro do tráfego citadino.


Era nesta mesma praça, que da varanda do Palacio Veneza, nos anos do fascismo, Benito Mussolini fazia os seus discursos.


Dirigimo-nos depois para a Roma antiga.

Como não podia deixar de ser, vimos primeiro o Colosseo, também conhecido por o Anfiteatro Flaviano.


O Coliseu deve seu nome à expressão latina Colosseum, devido à estátua colossal de Nero, que ficava perto.


Originalmente com uma capacidade de perto de 50 000 pessoas, e com 48 metros de altura, era usado para variados espetáculos.

Embora esteja actualmente em ruínas, o Coliseu sempre foi visto como símbolo do Império Romano.


As ruinas do Fórum Romano.


O Fórum Romano era o centro da actividade comércial da Roma da época.


O Arco de Constantino.

É um arco triunfal em Roma, a pouca distância do Coliseu .


Foi construido para comemorar a vitória de Constantino sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 312.


Deixámos Roma com muita vontade de voltar, com mais tempo, para uma visita mais longa.

Eram 13:00h quando entrámos na auto-estrada em direcção a Bari, no outro lado de Itália.

Pouco tinhamos andado quando começa a chover copiosamente. A protecção aerodinâmica dada pelo vidro alto da Givi, protege a "Catarina" mas nós começámos a ficar encharcados...

Parámos na primeira oportunidade que se proporciona e então debaixo de um viaduto, em plena auto-estrada, estavamos cerca de 20 motociclistas parados.

Vestimos os fatos de chuva, protegi o gps e continuámos viagem sem outros problemas.

A chuva continuou a aparecer, de tempos a tempos, quase até Bari.

Num dos reabastecimentos de gasolina, encontrámos um casal italiano numa Ducati.

Tinham sido surpreendidos pela chuva e, à falta de melhor, protegiam-se com follhas de jornal por debaixo dos casaquinhos de verão... ela tremia de frio que nem váras verdes!

No último tramo da viagem, avisos na auto-estrada dão conta de vento forte...e assim foi.

Seguiamos em plena recta com a inclinação de curva...a Claudina ia algo apreensiva...!

Chegámos a Bari por volta das 18:00h



(Ferry Bari – Patra)
650 km


Como o tempo não era demais, levantámos os bilhetes no porto de Bari e embarcámos quase de imediato.

Desta vez o nosso barco era o "SuperFast Ferry I".


Neste ferry, os camiões iam na sua grande maioria num dos convés do barco.


Na entrada para as garagem do ferry onde ficou a AT, um membro da tripulação dirige-se a nós e diz, todo orgulhoso, que também tem uma e que está mesmo ali ao lado...!

Aponta para o outro lado da garagem onde está outra africana, e diz-me que não há melhor mota...

Largámos de Bari por volta das 20:00h. Esperam-nos 15:30h de viagem até Patra, na Grécia.



Dia 5

(continuação Ferry Bari - Patra)

Este ferry também é agradável, talvez até mais luxuoso que o outro, mas não tem piscina.

Notámos, no entanto, que há uma grande quantidade de passageiros gregos, e como tal, a lingua dominante é o grego. O italiano ainda se percebia, mas o grego...

Desta vez dormimos no chamado "deck space" e tenho que admitir que não foi tão agradável...

Havia gente a dormir por todo o lado,... no chão, nas cadeiras, lá fora... em todo o lado mesmo!


Este ferry, também fez uma escala, neste caso em Igoumenitsa, também na Grécia.

Muita gente também desembarcou aí, principalmente gente jovem.


Era de madrugada, 5:30h, quando chegámos a Igoumenitsa.

O sol ainda não tinha nascido nesse dia.


Foi a "primeira" Grécia que vimos e a impressão foi muito boa!


O sol a nascer, em pleno Mar Adriático, com as ilhas e a terra à vista... é um espectáculo!


Os ferrys, também aqui, eram muitos.


As vistas continuavam impressionantes...!


Adormeci no meio desta beleza e melancolia e só acordei com o carcarejar de uma americana de meia-idade, louca de todo...!

A mulher só dizia parvoices e a coitada da amiga fartava-se de pedir desculpa...muito nos rimos à custa deste par!


Enquanto uns viajam de mota, outros preferem algo mais calmo e tranquilo...muitos yates vimos!


Chegámos a Patra por volta das 12:30h.

Patra já é uma cidade com alguma dimensão...!


Fomos buscar a africana e, depois de devidamente equipados, desembarcámos rápidamente.



Patra - Olímpia
107 km


Estava um calor de morrer. Embora equipados, tentámos circular o mais "arejados" possível, com casacos abertos e viseiras semi levantadas.

A viagem entre Patra e Olympia foi uma verdadeira odisseia grega.

Nem sei bem como hei-de descrever aqui como foram aqueles cento e poucos quilómetros.

O grego com quem falámos no primeiro ferry, bem me avisou: "expect the unexpected...!"

Desde estradas de montanha completamente esburacadas, estradas boas, normais, que de repente passam, sem aviso prévio, para estradas de terra e gravilha, curvas em que a meio desapareceu o alcatrão... já para não falar das placas e avisos em grego...!

Se não fosse a "Catarina" dificilmente lá chegavamos...

Mas no entanto, paisagens lindissimas, atravessando aldeias e povoações, algumas por sinal, bastante pobres.

Curiosamente, e ao contrário do que se podia esperar, há bombas de gasolina por todo o lado e cada uma com o seu preço!

Outro facto curioso é o de existirem imensas miniaturas de igrejas nas bermas das estradas.

Entretanto, à medida que nos aproximamos de Olympia, as estradas vão melhorando e o último troço é uma estrada moderna, com muitas flores nas bermas, que a tornam muito colorida e agradável.

Nesse momento mais descontraido, entra-me uma vespa no capacete, pela abertura da viseira ...

Instintivamente abro o AGV Longway e a vespa entra no casaco e pica-me no peito... sem perder a calma, abro completamente o casaco e a vespa sai e, a mesma, ou outra,... pica a Claudina numa perna...!!!

A Claudina, em pânico, começa aos gritos e a chorar, esquecendo-se que temos os intercomunicadores a funcionar e que me está literalmente a gritar nos ouvidos...!

Lá consigo que se acalme e páre de gritar, mas da dôr e inchaço ninguém nos livrou...!

Entretanto chegámos a Olympia que é uma povoação pequena, muito simpática mas que pouco mais tem do que uma rua principal, isso sim, cheia de lojas e comércio.

O camping que escolhemos, o Camping Diana, é simpático mas ainda apresenta sinais dos enormes incêndios que consumiram a Grécia em 2007.

Como ainda era cedo e tinhamos a piscina só para nós, o que era fantástico, fomos refrescar-nos.

A Archaia Olympia merece uma visita demorada, tal é a quantidade de ruinas e vestigios gregos e romanos.

É preciso não esquecer que os romanos ocuparam a Grécia durante 5 séculos...


O local do sitio arqueológico é agradável e simpático.

A Claudina andava radiante, quase saltitando de pedra em pedra, pois adora este tipo de coisas!


Respirava-se páz e tranquilidade...


O que é evidente também, são os indicios de destruição metódica do que é grego, por parte dos romanos, substituindos os simbolos e estátuas gregas pelas suas, posteriormente destruidas novamente pelos gregos.


Olympia foi uma cidade da antiga Grécia, famosa por ter sido o local onde se realizavam os Jogos Olímpicos da Antiguidade.


A entrada para o Estádio Olímpico.


Calcula-se que, no seu tempo, o espaço suportava 45.000 espectadores em pé.


O local onde, ainda hoje, se acende a chama olímpica de 4 em 4 anos.


O local continua a ser considerado semi-sagrado, onde, por exemplo, não é permitido andar de tronco nú.


As ruinas do edifício Philippeion...


De seguida visitámos o Museu de Olímpia.

Depois do calor abrasador que estava no sítio arqueológico, o fresco do museu soube maravilhosamente.

Esta é a famosa estátua Hermes de Praxíteles.


Mas muito mais interessante é esta pequena estatua aqui...


Claro que para a Claudina uma volta ao museu não chegou e teve que ir à segunda...

À noite passeámos em Olímpia e, felizmente, o café expresso é uma instituição mundial nos dias que correm... e já há em todo o lado!



Dia 6

Olímpia - Atenas
267 km


Alvorada novamente às 6:00h.

Depois de tudo pronto, arrancámos em direcção a Atenas.

A primeira parte da viagem é por estrada de montanha, mas desta vez, uma estrada perfeitamente normal e de padrões europeus.

Esta parte de Grécia é na verdade muito bonita.


Passámos por povoações encantadoras.


Parámos numa delas para tomar um café...mas expresso!


Mesmo nestas pequenas povoações havia sempre quem "desenrascasse" o inglês


A "africana" chamava a atenção de quem passava.


Depois da montanha, aproximámos-nos da costa e entrámos em auto-estrada. Esta segue junto ao mar e é mesmo um espectáculo.

O mar tem um tom de azul lindo e as cidades com as suas baías e portos sucedem-se com barcos de todo o tipo.

Há locais onde o mar parece que vem até aos quintáis das casas...mar esse sem ondas que mais parece um lago gigante.

Estes gregos tem um país lindissimo!

Depois de alguma confusão para entrarmos em Atenas, lá encontrarmos o Camping Athens.

Um dos viadutos principais que atravessava Atenas estava em obras (perigo de derrocada) e o trânsito estava caótico.

Com um calor insuportável, aí é que a AT sofreu...o ventilador nem parava...

Sofreu mas aguentou porque uma AT não é uma simples mota mas sim a "rainha africana".

No entanto, reparei num pormenor, os gregos em geral, e os atenienses em particular, tem uma especial consideração para com as motas e, sempre que possível, abrem espaço para passarmos.

Escusado será dizer que também em Atenas, motas são aos milhares, talvez até mais do que em Roma...!

No camping conversámos com um casal romeno, que vinha numa Kawasaki 750 "naked" que, sem gps, esteve 3 horas em Atenas para encontrar o parque de campismo. A rapariga nem se endireitava...

Depois de tudo arrumado, fomos visitar a Acrópole de Atenas.

A caminho da Acrópole, vista do Templo de Hefesto na Àgora de Atenas.


Uma acrópole é a parte da cidade construída na parte mais alta da região. A posição tem tanto valor simbólico, elevar e enobrecer os valores humanos, como estratégico, pois dali podia ser melhor defendida.

A Acrópole de Atenas é uma colina rochosa de topo plano com 150 m de altura.

Apesar de envolvente da cidade ser feia, não há palavras para descrever a Acrópole...

Aqui o seu Propileus.


A Claudina estava muito entusiasmada. Tinha realizado um dos seus sonhos...


Curiosamente não nos deixaram entrar na Acrópole com os capacetes...tiveram que ficar à porta num cacifo - nós até agradecemos...!

O Teatro de Herodes Ático, parcialmente reconstruido, em todo o seu esplendor...


Os indicios de restauto estavam à vista


E o Partenon...imponente, ocupa o lugar central logo após a entrada!


Vista desde o Partenon do Teatro de Herodes Ático.


Vista de Atenas desde a Acrópole.


O Partenon era o templo principal de Atenas.

É um símbolo intemporal da Grécia e da democracia, e é visto como um dos maiores monumentos culturais do mundo.


Apesar de actualmente estar em ruínas, fácilmente se percebe toda a sua grandiosidade na época.


Um outro teatro mais em baixo.


É o Teatro de Dionísio.


Ao fundo, o Templo de Zeus e a Porta de Adriano... magnífico!


Outra vista do Partenon .


A Claudina, como sempre, muito interessada nestes assuntos.


O Erecteion, também conhecido como Erectêion ou Erectéion.


O pórtico Sul é o mais famoso por ter seis cariátides, fazendo de colunas.


A bandeira grega hasteada num ponto alto da acrópole.


Mais uma vista geral de Atenas.


Nota-se que é uma cidade que cresceu principalmente em extensão e não em altura.


E nós, com Atenas como fundo...


Aos pés da Acrópole, temos a Ágora de Atenas.

A Ágora foi um espaço público de fundamental importância na Atenas clássica.


O Stoa de Átalo, recentemente reconstruido e onde está instalado agora um museu.


A Claudina "perde-se" nos museus...


Vista geral da Ágora, em baixo, e da Acrópole, em cima, ao fundo.


O "conhecido" casal português...


O Templo de Hefesto, também na Ágora de Atenas.


A Acrópole vista entre as colunas do Templo de Hefesto.


Aproveitamos este verde e sombra para descansar um pouco. O Templo de Hefesto ao fundo.


Tinhamos deixado a nossa AT numas ruelas na parte da cidade, aos pés da Acrópole, no meio de uma confusão imensa de gente, motas, carros, lojas, lojecas, feirantes, sei lá que mais...

Foi um alívio verificarmos que nos esperava fiélmente...!

Durante toda a viagem nunca facilitei e deixei-a sempre com o cadeado.

Qualquer "azar" com a nossa "menina" punha em causa e risco a nossa viagem...!

De seguida fomos em busca do Templo de Zeus. A "Catarina" encontrou-o sem dificuldade.


Os 12€ que tinhamos pago por pessoa, davam-nos acesso à maior parte dos monumentos e museus.

O Templo de Zeus, apesar de muito destruido, é qualquer coisa de grandioso...!


Confesso que me impressionou bastante pela sua grandeza...


O templo, está construido num espaço amplo e arejado da cidade de Atenas, que contribui bastante para "expressar" a sua imponência.


Era final da tarde e a temperatura começava a ficar agradável.


Na entrada para o espaço do templo, a Porta de Adriano.


Depois da parte monumental da cidade de Atenas vista, já mais descontraidos, fomos passear para a baixa de Atenas, moderna e comercial, que ficava mesmo ali ao lado.

No caminho, fomos surpreendidos pelo render da guarda do Parlamento Grego.


Os sapatos típicos desta guarda especial...!

Passámos também no Estádio Olímpico de Atenas.


É uma Atenas completamente diferente daquela que vimos junto à Acrópole. Nem parece a mesma cidade.

Avenidas largas, bons hoteis, palácios, esplanadas e, claro, as lojas boas estão lá todas.

Jantámos depois num dos muitos restaurantes existentes no centro de Atenas.

Não me perguntem exactamente o que comemos, porque no meio dos muitos pratos gregos da emênta, acabámos por escolher um que trazia um pouco de todos os outros, qualquer coisa tipo "moutaka"...!

Comemos muito e bem e a cerveja grega estava fresquissima...mas a mota...!

Atenas "by nigth"... quente e movimentada.

Há uma coisa que não posso deixar de referir, a beleza das mulheres gregas em Atenas, é qualquer coisa digna de se vêr...!




Dia 7

Atenas - Meteora
443 km


Para não perder o hábito, alvorada às 6:00h.

A noite em Atenas foi quentissima, de tal forma que me levantei às 2:00 da manhã e fui tomar um duche!

Queria sair cedo para não apanhar a confusão do trânsito da manhã de Atenas em hora de ponta.


A primeira parte da viagem desse dia, rumo ao norte da Grécia, foi feita em auto-estrada, que nos levou novamente para junto da costa.


As vista continuavam a ser lindissimas.


Depois de passarmos por inumeras praias, logo que acabou a auto-estrada, depois de Larissa, aproveitámos uma paragem para o nosso primeiro mergulho no Mar Adriático.


Com a "africana" na praia, eu despi-me mesmo ali...


A Claudina ainda hesitou, mas depois lá arranjou maneira de vestir o bikini na casa de banho da esplanada.


Escusado será dizer quanto nos soube bem este banho...


Continuamos viagem a caminho de Meteora.

Há um pormenor na condução dos gregos que é algo desconcertante. A generalidade dos conductores circula na berma, principalmente quando "sente" alguem atrás e em estradas com tráço contínuo...!

Se por um lado revela grande consideração pelos outros conductores, facilitando a passagem, por outro, torna práticamente impossível a utilização da berma em caso de necessidade.

Aconteceu-me encontrar filas de trânsito a circular nas bermas, deixando grande parte das faixas de rodagem para eu e outros conductores passarmos à vontade.

Deixámos a costa e entrámos na montanha.

Num cruzamento, avisto a policia grega que me manda parar. Ao aproximar-me, percebe que sou estrangeiro e manda-me seguir.

Os autocolantes que fui colando na mota desde que sai de Portugal, fizeram o seu efeito...!

Para meu espanto, pela primeira vez na minha vida, vejo além dos habituais sinais de perigo de travessia de veados, o mesmo sinal mas para...URSOS !!!

Deixamos a montanha e a caminho de Trikala, o calor aperta e a estrada torna-se monótona.

Nisto, começo a sentir a Claudina a cabecear no meu capacete e nas minhas costa...tinha adormecido !

Quem a viu e quem a vê...

Chegámos a Meteora - Kastraki por volta das 14:30h.


As vistas à chegada são deverás impressionantes.

Os penedos são gigantescos...


Ficámos no Camping Vrachos-Kastraki que é um parque de campismo muito simpático.

Como estava muito calor e ainda era cedo, depois de arrumarmos tudo, fomos descontrair para a piscina.


Por volta das 17:00h fomos então visitar Meteora e os seus mosteiros suspensos.


A estrada, embora boa, era estreita e sinuosa, ideal para a nossa "africana".

A visão dos primeiros mosteiros que vimos deixou-nos simplesmente estupefactos...!


Meteora é um dos maiores complexos de mosteiros na Grécia.

Bem conservados, a sua localização no cimo das rochas é simplesmente espéctacular.


Alguns pareciam mesmo estar suspensos na rocha...!


Toda a paisagem envolvente é unica e muito bonita!


Claro que a "rainha" enquadrava-se perfeitamente na beleza deste meio...


Ao todo, são cerca de dez mosteiros.


Enquanto eu fazia de "cabra" no cimo das rochas, a "astronauta" ficava cá em baixo...


O maior pico em que se localiza um mosteiro tem 549 metros. O menor, 305 metros.


Infelizmente e para nosso desgosto, as visitas, dependendo do mosteiro, acabavam entre as 16:00 e as 18:00, e como tal não conseguimos visitar o interior de nenhum deles.


O acesso aos mosteiros era feito por elevadores manuais e apenas em 1920 foram construídas escadas e mais tarde estradas de acesso a alguns deles.


Alguns são enormes e com variadissimas dependências e anexos.


Mas em alguns deles, não consigo deixar de pensar com seria o acesso nos tempos antiguos...


... quanto mais a sua construção...!


Esta fotografia foi tirada em nome e honra do ATCE - Africa Twin Club España !


Nessa noite, acordei sobressaltado com o barulho de alguêm ou algo a mexer nas nossas coisas, à entrada da tenda.

Levanto-me num tiro, abro o fecho interior da tenda e só tenho tempo de ver um animal , que não consigo identificar, a fugir...!

Estremunhado, fico a pensar no sucedido quando eis que, inesperadamente, o "desgraçado" volta à carga...

Instintivamente dou-lhe um pontapé e desaparece para não voltar mais mas, mais uma vez, não consigo perceber que animal é...

Até hoje, o mistério permanece...!



Dia 8


Meteora - Ohrid
285 km



Alvorada às 6.30h... estamos a ficar preguiçosos!

Os primeiros 60 km foram em estrada de montanha de bom piso. Com malas e tudo, inclinações incrivéis com a "rainha" a corresponder à altura...!

As alterações feitas na suspensão, antes da viagem, foram realmente uma mais valia no comportamento da AT com carga.

Segue-se um pouco de auto-estrada seguida de estrada nacional mas que vai piorando passando para estradas secundárias, alguns troços sem alcatrão, de tal forma que comecei a duvidar da orientação da "Catarina"...

Mas não, depois de uma curva, quase sem darmos por isso, chegámos à fronteira norte entre a Grécia e a Macedónia.

A fronteira fez-me lembrar a fronteira de Elvas-Badajoz à 40 anos atrás...!

Do lado grego via-se alguma modernidade e apenas pequenas formalidades para os cidadãos da CEE.

Do lado macedónio um pouco mais de austeridade e autoridade.

Numa fila razoável de carros e camiões, eramos a única mota.

Chega a minha vez e o policia pede passaportes, confere fotografias (mesmo com capacetes...) e pede "card moto".

Entrego-lhe o livrete da mota e ele diz-me que não...quer o "green card"...!

Era o meu receio... a Macedónia foi o único país para o qual a minha seguradora se recusou extender o seguro... - a Macedónia não tem "Gabinete de Carta Verde".

Entrego-lhe a carta verde e, para meu alívio, vejo que ele não percebe nada do que está lá escrito e logo que a Macedónia não consta.

Regista qualquer coisa num computador do século passado e manda-me seguir...

Próximo guichê, alfândega.

Para meu desespero, vejo o carro à minha frente, um carro macedónio, ser completamente revistado e tudo tirado do seu interior...

Quando chega a nossa vez, o funcionário da alfândega olha para nós, repara no autocolante da CEE à frente...vê que somos estrangeiros e... manda-nos seguir!

Pisámos solo macedónio às 11:30h da manhã.

Trocamos algum dinheiro, euros por denars e seguimos em direcção a Bitola.

A primeira impressão com que ficámos da Macedónia é que é um país muito verde mas pobre.


Os carros são na sua maioria antigos, e muitos deles, típicos dos países de leste.

O trânsito é desorganizado e descontrolado e toda a gente se mete à frente de toda a gente...


Acabámos por almoçár em Bitola e comemos o maior hamburguer que já alguma vez vi...!

De fazer inveja a qualquer McDonald's e por apenas 70 denars (pouco mais do que 1,15€) !


Enquanto almoçávamos, atraido pela AT, veio ter conosco um coronel do antiguo exercito soviético, de seu nome Adres Djomoliev Tode, oferecer os seus préstimos.

Agradecemos mas dissémos pensar ser desnecessário, pelo que insistiu em deixar todos os seus contactos, falando agora em possíveis negócios futuros...!

Para primeiro contacto com os macedónios foi, no mínimo, engraçado.


Continuamos viagem em direcção a Ohrid.

Como se pode ver, as estradas na Macedónia são perfeitamente aceitáveis.


Vista geral de Bitola.


Mais uma vez confirmámos que os piscas por aqui não se usam...

É preciso andar com atenção redobrada e usar o tão falado 6º sentido dos motociclistas...

Chegámos a Ohrid por volta das 15:30h e, como sempre, a "Africa, sem problemas.


Em Ohrid encontrámos 2 ou 3 destes "carros" curiosos...!

A mim parece-me um motor de tirar água de um pôço, do tempo do meu avô, mas...


Ohrid é uma cidade com muito movimento e à medida que nos apróximámos do seu centro, percebemos que é um destino turístico.


Dirigimos-nos de seguida para o Lago Ohrid onde queriamos ficar.


Encontrámos um camping nas margens do lago, o "Camping Gradiste", que nos pareceu ideal.

A sua recepção prometia qualidade, mas de facto, não estávamos preparados para o que viriamos a encontrar...

Montámos a tenda num sitio agradável...


Arrumámos a tralha e... banho com eles...!


O lago é na verdade espéctacular...

É enorme, rodeado de montanhas, e faz fronteira entre a Albânia e o Montenegro.


Havia muita gente nas suas márgens e uma grande quantidade de embarcações.


Depois de tanto calor, aquela água fresca... e doce vinha mesmo a calhar!

Foi pena foi os "grãos de areia" serem um pouco grandes...


Mas enquanto a Claudina actualizava a escrita...


...eu ia pondo o corpo de molho...!


Quando refressámos à tenda, tinhamos uma irmã italiana por perto...

O seu dono, Roberto Borgia, piloto italiano que já fez algumas coisas no off-road (Africa Twin Itália), tinha a sua AT bem preparada.


Entretanto, de repente, o tempo mudou-se. O céu escureceu, encheu-se de nuvens e levantou-se um vento forte.


O lago mudou completamente de aspecto e as pequenas embarcações viram-se aflitas para regressar à margem, sendo mesmo necessário rebocar algumas.


Mas tão depressa como veio, também foi, e apesar de ouvirmos trovejar ao longe, nas montanhas, onde estavamos não chegou a chover.

O sol voltou a aparecer e tudo voltou ao normal.

Normal,... excepto as casas de banho deste camping... eram qualquer coisa de indescritível...

Posso dizer que foi o único dia em que não tomámos banho...sem ser no lago!

O aspecto era degradado e sujo, e o cheiro insuportável... sempre tudo molhado e nojento... em vez das vulgares sanitas, havia o chamado "shit hole"...

As coisas eram de tal ordem que os bébés do casal italiano que acompanhava os Borgias, tomaram banho num alguidar...!

Os macedónios ainda tem muito que evoluir nesse aspecto... não chega ter bons carros e barcos.


Mas com uma paisagem destas, o Lago Ohrid continua a valer a pena visitar.


Ao final da tarde, fomos passear para a cidade onde acabámos por jantar.

Muita gente nas ruas e às compras. O comércio mantéve-se aberto até tarde.



Dia 9

Ohrid - Tirana - Podgorica - Sveti Stefan (Budva)
370 km


Alvorada às 6:00h da manhã.

Saimos de Ohrid por volta das 7:30h, contornámos o lago e pouco depois estávamos na fronteira.

A entrada na Albânia foi algo demorada pois a policia regista tudo num velho e lento computador.

No entanto o ambiente é simpático e a presença de mulheres policias ajuda a desanuviar o ambiente...

Depois de passarmos os tramites alfandegários, fomos trocar os denars macedónios, e mais alguns euros, por novos lek albaneses, ali mesmo na fronteira.

A taxa de câmbio na altura era de 1 euro por 129.50 novos lek o que quer dizer que sai da casa de câmbios com um maço jeitoso de notas, velhissimas...em muito mau estado mesmo!

Nessa altura chegaram à fronteira 2 motas... e quem as conduzia... 2 mulheres, raparigas novas !!!

Tenho que dizer nesta altura que nós entrámos na Albânia algo apreensivos...

Depois dos muitos avisos do perigo que podiamos correr, mesmo do próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros Português atravês do seu site, vinhamos preparados para alguma "emoção extra não solicitada...".

As "miúdas" vinham cada uma na sua Honda CBF 500 e, quando nos viram, cumprimentaram-nos e acabámos por estar um pouco a conversar.

Eram alemãs e já era a segunda vez que faziam este trajecto. Disseram-me também que esperavam demorar cerca de 9 horas para chegar à fronteira norte da Albânia com o Montenegro o que me pareceu demasiado.

Depois de este encontro, não pude deixar de pensar que provávelmente a Albânia não seria o "bicho de sete cabeças" que toda a gente dizia...

Depois da passarmos a fronteira, a minha impressão da Albânia foi muito positiva pois as estradas eram boas e a paisagem agradável.


Poucos quilómetros depois, encontramos um dos muitos cortejos de casamentos que viriamos a encontrar nesse dia!

E atenção, quanto digo muitos, eram mesmo muitos... cerca de centena deles... !


Atravessámos pequenas e médias povoações, mas todas elas com um aspecto pobre.

Curiosamente, na grande maioria das estradas albanesas, o limite de velocidade é de 60 km/h.

Ocasionalmente lá aparece um de 70...!


Atravessámos uma montanha lindissima com uma estrada de sonho para a nossa "africana".


Tinhamos é que ter alguma atenção com os carros com que nos cruzassemos, pois a estrada era toda deles...

Parámos num restaurante para tomar um café, com uma varanda com vistas impressionantes.


Mais uma vez confirmei a primeira impressão sobre os albaneses que tive na fronteira.

É um povo simpático, pronto para ajudar e que trata os estrangeiros com respeito.


Um pouco como na Grécia, os outros conductores chegam-se à berma para nos deixar passar.

A entrada em Tirana mostra uma cidade de avenidas largas e traçado geométrico.


Guiados pela nossa "Catarina", chegamos com facilidade ao centro de Tirana.


Páro a mota em cima do passeio, em frente a uma esplanada, e fomos passear à descoberta de Tirana.

Imediatamente somos abordados por um miudo que queria que comprássemos uma caneta...


A influência soviética é bem visível.

O Museu Histórico Nacional.


A estátua do herói nacional albanês, Skanderbeg na praça com o mesmo nome.


A Opera de Tirana.


A Praça de Skanderbeg surpreende pelo seu tamanho.

Nela estão também a torre do relógio, a mesquita e outros edifícios oficiais.


Curiosamente, nesta mesma praça aluga-se pequenas moto 4...


Nos arredores da praça, em inumeras ruas e becos, as lojas e lojecas acumula-se como se de uma enorme feira se tratásse.


Aí tentei encontrar um autocolante com a bandeira albanesa sem sucesso.

Apesar do esforço notório de várias pessoas em me ajudar, parecia uma tarefa impossível.

Já a caminho local onde tinha ficado a mota, o tal miudo volta a aparecer.

"Buy me a pen..." repetia com um sorriso nos lábios...!

Então disse-lhe "...I will buy you a pen if you can find me an albanian flag sticker..."!

Respondeu "ok" e desapareceu...

Estávamos nós a beber qualquer coisa fresca na esplanada quando apareceu ele, meio esbaforido, com o autocolante na mão...! Lá lhe paguei o autocolante e, claro....a caneta!

Tirana tem crescido rápidamente e mostra já alguns aspectos de modernidade.


À saida de Tirana são inumeros os carros que nos comprimentam, acenando ou buzinando.

A buzina, na Albânia, é um meio de comunicação importante...serve para tudo e para todas as situações!

Escusado será dizer que o trânsito é completamente desregulado na Albânia.

Os únicos sinais que vi respeitar foram os semáforos.

Cada um faz práticamente o que quer mas, existe uma certa ordem naquele caos...


A estrada para norte continua aceitável, embora parte em obras de melhoramento.

Só nos últimos 50km, antes da fronteira, é que piora considerávelmente, lembrando as estradas do nosso interior alentejano há muitos, muitos anos atrás.

Muito lixo acumulado nas bermas das estradas...


Mesmo antes da fronteira, nos últimos quilómetros, a estrada melhora e encontramos a melhor bomba de gasolina que vi em toda a Albânia.


Aqui gastei os últimos novos lek.

Note-se o preço da gasolina abaixo de 1 €...


A entrada no Montenegro também foi sem problemas e os cidadãos da CEE tem a passagem facilitada.

A estrada, à entrada, é pouco melhor que na Albânia, muito estreita embora de melhor piso.


No caminho para Podgorica, passámos junto ao lago Skadar, o maior lago da peninsula das balçãs.


Podgorica, é a capital do Montenegro.


É uma cidade de pouco mais do que 135.000 habitantes e pelo que nos pareceu, pouco tem para ver...


Assim sendo, rumámos à costa adriática, esta sim com muito para ver...


Mais uma vez passámos pelo lago Skadar, embora no outro extremo, e, é de facto, um lago enorme.


A estrada é de "morrer por mais" para quem gosta de andar de mota.

Além de ter bom piso e curvas para entreter, as paisagens eram indiscritíveis.


Montanha de um lado e a costa e o mar do outro...!


A visão de Sveti Stefan, perto de Budva, é quase como uma miragem...!


Arrumámos as coisa num "autocamp" mesmo junto à praia e fomos tomar um banho de final de tarde à praia.


Nota-se que estamos cansados, depois de um dia inteiro a andar de mota, mas muito felizes.


Infelizmente as casas de banho eram do nível das da Macedónia, no Lago Ohrid, mas desta vez consegui tomar duche...com água fria...ao ar livre...e como vim ao mundo!

Fomos nessa noite jantar em Budva.

Comemos uns pratos típicos da zona, uns "kebabs e kebobs...", que nos souberam divinamente.

Budva é, tipicamente, um destino turistico da costa adriática.

Muita gente na rua e normalmente, bem vestida e arranjada. Nada de barrigas à mostra e calças esfarrapadas...